sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Origem da Bíblia


A Bíblia é o mais conhecido e mais lido de todos os livros praticamente por toda parte no planeta e nenhum outro se vendeu tanto até hoje. Não obstante há diversas contradições existentes dentro do Velho Testamento e muito mais entre esse e o chamado Novo Testamento, é corrente no meio religioso a idéia de que há uma unanimidade maravilhosa de pensamento entre todos os escritores que participaram da criação do livro sagrado. Diante desse sucesso todo, muitos estudiosos têm dedicado tempo e muito trabalho perscrutando sua obscura origem e o poder inexplicável desse livro sobre o imaginário humano, tornando-o a base da fé da maior parte do mundo. Só recentemente, através da arqueologia e análise dos registros encontrado das bibliotecas de povos do Oriente Médio, está-se chegando a uma conclusão sobre o seu início. O começo da Bíblia escrita remonta ao século sétimo antes da era Cristã. Todos os povos têm lendas que tentam explicar a origem de todas as coisas. Os hebreus também tinha as suas, que eram transmitidas oralmente de pais para filhos, misturadas com fatos e esculpidas pelas crenças vigentes em cada época e cada meio. Assim, versões diversas existiam sobre as divindades e a respeito da origem do universo com tudo que nele há. Uma leitura atenta do velho testamento nos mostra que vários escritores de pensamentos diversos contribuíram na elaboração dos primeiros livros bíblicos. Mediante os dados arqueológicos e os registros encontrados em antigas bibliotecas egípcias e dos povos antigos do Oriente Médio, os estudiosos passaram a perceber que a realidade fática e geográfica anterior ao sétimo século antes da Era Cristã divergia muito dos relatos da história patriarcal hebraica, dando a entender que foi naquele século que o livro foi criado. Analisando todas as contradições, chegou-se à conclusão de que tudo foi redigido pelos escribas do templo a mando do rei Josias. ”Não há registro arqueológico ou histórico da existência de Moisés ou dos fatos descritos no Êxodo. A libertação dos hebreus, escravizados por um faraó egípcio, foi incluída na Torá provavelmente no século VII a.C. , por obra dos escribas do Templo de Jerusalém, em uma reforma social e religiosa. Para combater o politeísmo e o culto de imagens, que cresciam entre os judeus, os rabinos inventaram um novo código de leis e histórias de patriarcas heróicos que recebiam ensinamentos diretamente de Jeová. Tais intenções acabaram batizadas de “ideologia deuteronômica”, porque estão mais evidentes no livro Deuteronômio. A prova de que esses textos são lendas estaria nas inúmeras incongruências culturais e geográficas entre o texto e a realidade. Muitos reinos e locais citados na jornada de Moisés pelo deserto não existiam no século XIII a.C., quando o Êxodo teria ocorrido. Esses locais só viriam a existir 500 anos depois, justamente no período dos escribas deuteronômicos. Também não havia um local chamado Monte Sinai, onde Moisés teria recebido os Dez Mandamentos. Sua localização atual, no Egito, foi escolhida entre os séculos IV e VI d.C., por monges cristãos bizantinos, porque ele oferecia uma bela vista. Já as Dez Pragas seriam o eco de um desastre ecológico ocorrido no Vale do Nilo quando tribos nômades de semitas estiveram por lá. Vejamos agora o caso de Abraão, o patriarca dos judeus. Segundo a Bíblia, ele era um comerciante nômade que, por volta de 1850 a.C., emigrou de Ur, na Mesopotâmia, para Canaã (na Palestina). Na viagem, ele e seus filhos comerciavam em caravanas de camelos. Mas não há registros de migrações de Ur em direção a Canaã que justifiquem o relato bíblico e, naquela época, os camelos ainda não haviam sido domesticados. Aqui também há erros geográficos: lugares citados na viagem de Abraão, como Hebron e Bersheba, nem existiam então. Hoje, a análise filológica dos textos indica que Abraão foi introduzido na Torá entre os séculos VIII e VII a.C. (mais de 1 000 anos após a suposta viagem). Então, como surgiu o povo hebreu? Na verdade, hebreus e canaanitas são o mesmo povo. Por volta de 2000 a.C., os canaanitas viviam em povoados nas terras férteis dos vales, enquanto os hebreus eram nômades das montanhas. Foi o declínio das cidades canaanitas, acossadas por invasores no final da Idade do Bronze (300 a.C. a 1000 a.C.)" [“300” deve-se ler “1.300”], "que permitiu aos hebreus ocupar os vales. Segundo a Bíblia, os hebreus conquistaram Canaã com a ajuda dos céus: na entrada de Jericó, o exército hebreu toca suas trombetas e as muralhas da cidade desabam, por milagre. Mas a ciência diz que Jericó nem tinha muralhas nessa época. A chegada dos hebreus teria sido um longo e pacífico processo de infiltração. DAVID E SALOMÃO Há pouca dúvida de que David e Salomão existiram. Mas há muita controvérsia sobre seu verdadeiro papel na história do povo hebreu. A Bíblia diz que a primeira unificação das tribos hebraicas aconteceu no reinado de Saul. Seu sucessor, David, organizou o Estado hebraico, eliminando adversários e preparando o terreno para que seu filho, Salomão, pudesse reinar sobre um vasto império. O período salomônico (970 a.C. a 930 a.C.) teria sido marcado pela construção do Templo de Jerusalém e a entronização da Arca da Aliança em seu altar. Não há registros históricos ou arqueológicos da existência de Saul, mas a arqueologia mostra que boa parte dos hebreus ainda vivia em aldeias nas montanhas no período em que ele teria vivido (por volta de 1000 a.C.) – assim, Saul seria apenas um entre os muitos líderes tribais hebreus. Quanto a David, há pelos menos um achado arqueológico importante: em 1993 foi encontrada uma pedra de basalto datada do século IX a.C. com escritos que mencionam um rei David. Por outro lado, não há qualquer evidência das conquistas de David narradas na Bíblia, como sua vitória sobre o gigante Golias. Ao contrário, as cidades canaanitas mencionadas como destruídas por seus exércitos teriam continuado sua vida normalmente. Na verdade, David não teria sido o grande líder que a Bíblia afirma. Seu papel teria sido muito menor. Ele pode ter sido o líder de um grupo de rebeldes que vivia nas montanhas, chamados apiru (palavra de onde deriva a palavra hebreu) – uma espécie de guerrilheiro que ameaçava as cidades do sul da Palestina. Quanto ao império salomônico cantado em verso e prosa na Torá hebraica, a verdade é que não foram achadas ruínas de arquitetura monumental em Jerusalém ou qualquer das outras cidades citadas na Bíblia. O principal indício de que as conquistas de David e o império de Salomão são, em sua maior parte, invenções é que, no período em que teriam vivido, a arqueologia prova que a cultura canaanita (que, segundo a Bíblia, teria sido destruída) continuava viva. A conclusão é que David e Salomão teriam sido apenas pequenos líderes tribais de Judá, um Estado pobre e politicamente inexpressivo localizado no sul da Palestina. Na verdade, o grande momento da história hebraica teria acontecido não no período salomônico, mas cerca de um século mais tarde. Entre 884 e 873 a.C., foi fundada Samária, a capital do reino de Israel, no norte da Palestina, sob a liderança do rei israelita Omri. Enquanto Judá permanecia pobre e esquecida no sul, os israelitas do norte faziam alianças com os assírios e viviam um período de grande desenvolvimento econômico. A arqueologia demonstrou que os monumentos normalmente atribuídos a Salomão foram, na verdade, erguidos pelos omridas. Ou seja: o primeiro grande Estado judaico não teve a liderança de Salomão, e sim dos reis da dinastia omrida. Enriquecido pelos acordos comerciais com Assíria e Egito, o rei Acab, filho de Omri, ordena a construção dos palácios de Megido e as muralhas de Hazor, entre outras obras. Hoje, os restos arqueológicos desses palácios e muralhas são o principal ponto de discórdia entre os arqueólogos que estudam a Torá. Muitos ainda os atribuem a Salomão, numa atitude muito mais de fé do que de rigor científico, já que as datações mais recentes indicam que Salomão nunca ergueu palácios. JUDÁ Entender a história de Judá é fundamental para entender todo o Velho Testamento. Até o século VIII a.C., Judá era apenas uma reunião de tribos vivendo numa região desértica do sul da Palestina. Em 722 a.C., porém, os assírios resolvem conquistar as ricas planícies e cidades de Israel – o reino do norte, mais desenvolvido economicamente e mais culto. Judá, no sul, que não pareceu interessar aos assírios, pôde continuar independente, desde que pagasse tributos ao império assírio. Assim, enquanto no norte acontece uma desintegração dos hebreus, levados para a Assíria como escravos, no sul eles continuam unidos em torno do Templo de Jerusalém. Judá beneficiou-se enormemente da destruição do reino do norte. Jerusalém cresceu rapidamente e cidades como Lachish, que servia de passagem antes de chegar a Jerusalém, foram fortificadas. Era o momento de Judá tomar a frente dos hebreus. Para isso, precisaria de duas coisas: um rei forte e um arsenal ideológico capaz de convencer as tribos do norte de que Judá fora escolhida por Deus para unir os hebreus. Além disso, era preciso combater o politeísmo que voltava a crescer no norte. Josias foi o candidato a assumir a posição de rei unificador. Durante uma reforma no Templo de Jerusalém, em seu governo, foi “encontrado” (na verdade, não há dúvidas de que o livro foi colocado ali de propósito) o livro Deuteronômio, com todos os ingredientes para um ampla reforma social e religiosa. O livro possui até profecias que afirmam, por exemplo, que um rei chamado Josias, da casa de David, seria escolhido por Deus para salvar os hebreus. Ungido pelo relato do livro, o ardiloso Josias consegue seu objetivo de centralizar o poder, mas acaba morto em batalha. Judá revolta-se contra os assírios e o rei da Assíria, Senaqueribe, invade a região, destruindo Lachish e submetendo Jerusalém. A destruição de Lachish, narrada com riqueza de detalhes na Bíblia, também aparece num relevo encontrado em Nínive, a antiga capital assíria. E as escavações comprovaram que a Bíblia e o relevo são fiéis ao acontecido. Ou seja: nesse caso, a arqueologia provou que a Torá foi fiel aos fatos” (Superinteressante, julho/2002). Como naqueles tempos não havia meios de análise do passado, tudo pareceu verdadeiro, e os judeus passaram a crer que o único deus verdadeiro os havia escolhido desde muitos séculos para governar o mundo. Yavé seria o único deus verdadeiro. Todos os outros teriam sido criações humanas. E os adoradores de Yavé dominariam o mundo. O UNGIDO DE BELÉM QUE SUBMETERIA TODOS OS OUTROS REINOS A Assíria, como acima informado, submetera o reino de Israel exilando o povo, e Judá permaneceu, embora obrigado a pagar tribuntos à Assíria. Alguma coisas deveria ser feito para que isso não prosseguisse. A mensagem do deus verdadeiro, Yavé, através de um profeta (homem santo que previa o futuro), fortaleceria o ânimo daquele povo com a promessa de destronar a Assíria e criar um reino inabalável. Assim, um profeta chamado Miquéias apresentou o futuro: “Mas tu, Belém Efrata, posto que pequena para estar entre os milhares de Judá, de ti é que me sairá aquele que há de reinar em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade. Portanto os entregará até o tempo em que a que está de parto tiver dado à luz; então o resto de seus irmãos voltará aos filhos de Israel. E ele permanecerá, e apascentará o povo na força do Senhor, na excelência do nome do Senhor seu Deus; e eles permanecerão, porque agora ele será grande até os fins da terra. E este será a nossa paz. Quando a Assíria entrar em nossa terra, e quando pisar em nossos palácios, então suscitaremos contra ela sete pastores e oito príncipes dentre os homens. Esses consumirão a terra da Assíria à espada, e a terra de Ninrode nas suas entradas. Assim ele nos livrará da Assíria, quando entrar em nossa terra, e quando calcar os nossos termos. E o resto de Jacó estará no meio de muitos povos, como orvalho da parte do Senhor, como chuvisco sobre a erva, que não espera pelo homem, nem aguarda filhos de homens. Também o resto de Jacó estará entre as nações, no meio de muitos povos, como um leão entre os animais do bosque, como um leão novo entre os rebanhos de ovelhas, o qual, quando passar, as pisará e despedaçará, sem que haja quem as livre. A tua mão será exaltada sobre os teus adversários e serão exterminados todos os seus inimigos. Naquele dia, diz o Senhor, exterminarei do meio de ti os teus cavalos, e destruirei os teus carros; destruirei as cidade da tua terra, e derribarei todas as tuas fortalezas. Tirarei as feitiçarias da tua mão, e não terás adivinhadores; arrancarei do meio de ti as tuas imagens esculpidas e as tuas colunas; e não adorarás mais a obra das tuas mãos. Do meio de ti arrancarei os teus aserins, e destruirei as tuas cidades. E com ira e com furor exercerei vingança sobre as nações que não obedeceram.” (Miquéias, 5: 2-15). Isso foi escrito, pelo menos está dito que foi, “nos dias de Jotão Acaz e Ezequias reis de Judá” (Miquéias, 1: 1). Vamos ver um pouco da história, para entender as palavras de Miquéias: “No ano duodécimo de Acaz, rei de Judá, começou a reinar Oséias, filho de Elá, e reinou sobre Israel, em Samária nove anos. E fez o que era mau aos olhos do Senhor, contudo não como os reis de Israel que foram antes dele. Contra ele subiu Salmanasar, rei da Assiria; e Oséias ficou sendo servo dele e lhe pagava tributos. O rei da Assíria , porém, achou em Oséias conspiração; porque ele enviara mensageiros a Sô, rei do Egito, e não pagava, como dantes, os tributos anuais ao rei da Assíria; então este o encerrou e o pôs em grilhões numa prisão. E o rei da Assíria subiu por toda a terra, e chegando a Samária sitiou-a por três anos. No ano nono de Oséias, o rei da Assíria tomou Samária, e levou Israel cativo para a Assíria; e fê-los habitar em Hala, e junto a Habor, o rio de Gozã, e nas cidades dos medos. (II Reis, 17: 1-6) Uma vez que só Judá estava livre, e o restante de Israel, o reino no Norte, estava sob o poder assírio, na promessa do profeta estavam estas palavras: “então o resto de seus irmãos voltará aos filhos de Israel” . Quando deveria vir o Messias? “Quando a Assíria entrar em nossa terra, e quando pisar em nossos palácios”, disse o profeta. Segundo o profeta, a Assíria iria tentar dominar Judá também; mas aí surgiria o Messias e a esmagaria, libertaria Israel, estabelecendo o reino unificado de Israel sobre todas as nações, "até os fins da Terra”. A Acaz, sucederam: Ezequias (16: 20), Manassés (20: 21; 21: 1), Amom (21: 18), e Josias (21: 26). O segundo Livro dos Reis informa que: “No ano décimo quarto do rei Ezequias, subiu Senaqueribe, rei da Assíria, contra todas as cidades fortificadas de Judá, e as tomou. Pelo que Ezequias, rei de Judá, enviou ao rei da Assíria, a Laquis, dizendo: Pequei; retira-te de mim; tudo o que me impuseres suportarei. Então o rei da Assíria impôs a Ezequias, rei de Judá, trezentos talentos de prata e trinta talentos de ouro” (II Reis, 18: 134, 14). O reino de Judá estava em uma condição bem melhor do que o de Israel, apenas pagando tributos à Assíria, enquanto o de Israel estava no esílio. Josias, que era o terceiro dos sucessores Ezequias, no décimo oitavo ano de seu reinado, aproximadamente noventa anos após a submissão de Ezequias por Salmanazar da Assíria, determinou uma reforma do templo, onde dizem ter sido achado o livro da lei de Moisés (II Reis, 22: 1-8). “Então disse o sumo sacerdote Hilquias ao escrivão Safã: Achei o livro da lei na casa do Senhor. E Hilquias entregou o livro a Safã, e ele o leu” (v. 8). Dadas as incongruências existentes na história pregressa, concluíram alguns analistas que esse livro da lei não fora encontrado, mas elaborado pelos escribas do reino e posto ali a mando de Josias. Havia até a seguinte predição: “E o homem clamou contra o altar, por ordem do Senhor, dizendo: Altar, altar! assim diz o Senhor: Eis que um filho nascerá à casa de Davi, cujo nome será Josias; o qual sacrificará sobre ti os sacerdotes dos altos que sobre ti queimam incenso, e ossos de homens se queimarão sobre ti” (II Reis, 13: 2). Tudo parece ter sido elaborado, com todos os assombrosos prodígios divinos e a predição sobre Josias, para levantar o ânimo do povo na luta para reunificar o reino. Após matar os sacerdotes adoradores de outros deuses e destruir tudo que estivesse ligado à idolatria (adoração que não seja a Yavé) segundo a lei do livro, “Josias tirou também todas as casas dos altos que havia nas cidades de Samária, e que os reis de Israel tinham feito para provocarem o Senhor à ira, e lhes fez conforme tudo o que havia feito em Betel. E a todos os sacerdotes dos altos que encontrou ali, ele os matou sobre os respectivos altares, onde também queimou ossos de homens; depois voltou a Jerusalém. Então o rei deu ordem a todo o povo dizendo: Celebrai a páscoa ao Senhor vosso Deus, como está escrito neste livro do pacto” (II Reis, 23: 19-21). Ali está registrado que “não se celebrara tal páscoa desde os dias dos juízes que julgaram a Israel, nem em todos os dias dos reis de Israel, nem tampouco nos dias dos reis de Judá” (v. 22). Conferindo todas as descobertas sobre a história anterior, que acreditam ter sido encontrada na reforma do templo, não é difícil perceber que essa “páscoa” nunca existira antes, mas foi introduzida com as leis divinas elaboradas pelos escribas. Mas, apesar de todo o preparo ideológico contido no livro, Josias não conseguiu estabelecer o reino unido. Foi morto em uma batalha, e Judá foi dominada pelo Egito e depois por Babilônia. A promessa divina falhou. “Nos seus dias subiu Faraó-Neco, rei do Egito, contra o rei da Assíria, ao rio Eufrates. E o rei Josias lhe foi ao encontro; e Faraó-Neco o matou em Megido, logo que o viu. ... E o povo da terra tomou a Jeoacaz, filho de Josias, ungiram-no, e o fizeram rei em lugar de seu pai. ... Ora, Faraó-Neco mandou prendê-lo em Ribla, na terra de Hamate, para que não reinasse em Jerusalém; e à terra impôs o tributo de cem talentos de prata e um talento de ouro. Também Faraó-Neco constituiu rei a Eliaquim, filho de Josias, em lugar de Josias, seu pai, e lhe mudou o nome em Jeoiaquim; porém levou consigo a Jeoacaz, que conduzido ao Egito, ali morreu. E Jeoiaquim deu a Faraó a prata e o ouro; porém impôs à terra uma taxa, para fornecer esse dinheiro conforme o mandado de Faraó. Exigiu do povo da terra, de cada um segundo a sua avaliação, prata e ouro, para o dar a Faraó-Neco. Jeoiaquim tinha vinte e cinco ano quando começou a reinar, e reinou onze anos em Jerusalém. ... Jeoiaquim dormiu com seus pais. E Joaquim, seu filho, reinou em seu lugar. O rei do Egito nunca mais saiu da sua terra, porque o rei de Babilônia tinha tomado tudo quanto era do rei do Egito desde o rio do Egito até o rio Eufrates. Tinha Joaquim dezoito anos quando começou a reinar e reinou três meses em Jerusalém. ... Naquele tempo os servos de Nabucodonosor, rei de Babilônia, subiram contra Jerusalém, e a cidade foi sitiada. E Nabucodonosor, rei de Babilônia, chegou diante da cidade quando já os seus servos a estavam sitiando. Então saiu Joaquim, rei de Judá, ao rei da Babilônia, ele, e sua mãe, e seus servos, e seus príncipes, e seus oficiais; e, no ano oitavo do seu reinado, o rei de Babilônia o levou preso. E tirou dali todos os tesouros da casa do Senhor, e os tesouros da casa do rei; e despedaçou todos os vasos de ouro que Salomão, rei de Israel, fizera no templo do Senhor, como o Senhor havia dito. E transportou toda a Jerusalém, como também todos os príncipes e todos os homens valentes, deu mil cativos, e todos os artífices e ferreiros; ninguém ficou senão o povo pobre da terra” (II Reis, 23: 29, 30, 33-36; 24: 7-14). Como a própria Bíblia relata, quando a Assíria entrasse na terra de Judá, deveria surgir o Messias e estabelecer o reino universal e eterno. Não obstante tudo indicasse esse ungido libertador fosse Josias, ele não o conseguiu, e os hebreus, longe de perder a fé nas palavras dos seus profetas, passaram a crer que esse Messias (ungido) viesse no futuro e ainda o esperam até hoje. NOVAS PROMESSAS DE DOMÍNIO MUNDIAL APÓS A QUEDA DE BABILÔNIA Como falhara a promessa do ungido de Belém e tanto judeus como israelitas caíram sob o domínio babilônico, novas promessas divina de libertação e domínio do mundo chegavam ao povo por meio dos profetas. Assim, estava sendo escrito mais um trecho do livro sagrado. Nos dias de Babilônia, apareceu a promessa do profeta Isaías com a palavra de Yavé, anunciando a queda de Babilônia, a construção da nova Jerusalém (Jerusalém havia sido destruída pelo império babilônico), e a paz perpétua do povo: "E Babilônia, a glória dos reinos, o esplendor e o orgulho dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou" (Isaías, 13:19) "Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão: Mas alegrai-vos e regozijai-vos perpetuamente no que eu crio; porque crio para Jerusalém motivo de exultação e para o seu povo motivo de gozo. E exultarei em Jerusalém, e folgarei no meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor. Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não tenha cumprido os seus dias; porque o menino morrerá de cem anos; mas o pecador de cem anos será amaldiçoado. E eles edificarão casas, e as habitarão; e plantarão vinhas, e comerão o fruto delas. Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que outros comam; porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus escolhidos gozarão por longo tempo das obras das suas mãos: Não trabalharão debalde, nem terão filhos para calamidade; porque serão a descendência dos benditos do Senhor, e os seus descendentes estarão com eles. E acontecerá que, antes de clamarem eles, eu responderei; e estando eles ainda falando, eu os ouvirei. O lobo e o cordeiro juntos se apascentarão, o leão comerá palha como o boi; e pó será a comida da serpente. Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor" (Isaías, 65: 17-25). A essa época ainda não se havia estabelecido entre eles a crença na ressurreição dos mortos. Por isso o profeta só prometia prosperidade e muito poder. A QUEDA DE BABILÔNIA NÃO RESULTOU NO FUTURO PREDITO Babilônia caiu. Entretanto, novamente, a promessa do reino de Israel não se cumpriu, e eles continuaram passando de um jugo para outro: após Babilônia, veio Medo-Pérsia, depois Grécia, depois Roma. No período babilônico, os hebreus já começaram a ter contato com a crença na ressurreição dos mortos. Entre os persas é que parece ter-se consolidado essa gloriosa esperança no ideário hebreu. Não obstante mais uma vez quebrada a promessa divina do poderoso reino de Israel, os profetas continuaram prevendo esse futuro esplendoroso do povo escolhido de Yavé. Nos dias em que o império grego estava dividido, o rei Antíoco Epífanes perpetrou a maior humilhação aos hebreus: profanou o tempo de Jerusalém e estabeleceu sobre ele sacrifícios aos seus deuses, sacrificando carne de porco sobre o altar que eles levantaram ao que crêem ser o deus verdadeiro. Depois de alguns anos de desolação, Judas Macabeu venceu uma grande batalha e conseguiu restabelecer o santuário. Deve ser nesses dias que apareceu a profecia de Daniel falando da abominação assoladora: os capítulos 8 a 12 de Daniel (o livro de Daniel não é uma seqüência, mas os capítulos 7 e 8 foram até escritos em línguas diferentes, o 7, que veio por último, em aramaico, e o 8, em hebraico, conforme informam alguns estudiosos). Restaurado o santuário, em seguida viria o fim das desolações e aquele tão prometido reino seria estabelecido. O profeta Daniel iria ressuscitar no fim desse dias; pois a ressurreição dos mortos já havia sido incorporada nas crenças hebraicas. No entanto, mais uma vez, o povo hebreu não chegou a poder sobre os outros povos e estava muito distante do fim de suas agruras. NOVA PROMESSA DE DOMÍNIO MUNDIAL O capítulo 7, que foi escrito depois do 8, já apresenta uma história muito parecida com os atos de Antíoco, mas o período de "um tempo, dois tempos e metade de um tempo" de assolamento e "destruição do poder do povo santo" já não era mais de um rei oriundo dos gregos, e sim do império seguinte, representado pelo "quarto animal", na visão de quatro animais que representavam os últimos reinos do mundo antes do estabelecimento do eterno reino de Israel. Em ambos os capítulos, era prevista a vitória final do povo de Yavé, para não ser molestado nunca mais. Afirmam alguns comentaristas de Daniel que o povo judeu reconhecia a vitória de Judas Macabeu como o cumprimento da profecia sobre o fim da desolação. Mas, como o capítulo 7 apresenta a desolação procedente do quarto animal, que seria um reino posterior ao da Grécia, isso nos dá a certeza de que quem o escreveu tomou as previsões do capítulo 8 e a adaptou a um futuro, que deveria ocorrer com a queda de Roma. Aí estava a última promessa divina de domínio do mundo pelos hebreus. Mas não parou por aí. Esses textos seriam interpretados a seu modo pelos seguidores de Yeshua (Jesus) para novamente dar ao povo a esperança de que o deus criador de todas as coisas daria o reino a quem o adora, sendo escrita a última parte do famoso livro sagrado. JESUS ADAPTADO AO MESSIAS DE MIQUÉIAS Nos dias do Império Romano, alguns heróis surgiram pretendo ser o messias libertador dos hebreus. Todos eles foram abatidos pelo poderoso império romano. Mas os seguidores de um deles, mediante uma grande montagem literária, conseguiram transformá-lo naquele libertador e convencer quase o mundo inteiro com essa idéia, que persiste até hoje. Aí estava sendo escrita a última parte da Bíblia. Os autores dos evangelhos de Mateus e Lucas apresentaram, após a destruição de Jerusalém do ano 70 AD, palavras atribuídas a Jesus, afirmando que a "abominação da desolação de que falou o profeta Daniel" se referia àquele período que eles já estavam vivendo nos dias em que foram escritos os evangelhos: "Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel no lugar santo (que lê entenda)" (Mateus, 24: 15). "Quando, pois virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação" (Lucas, 21: 20). "Porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido, e nem haverá jamais" (Mateus, 24: 21 [Referência a Daniel, 12:01]). "E, até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles" (Lucas, 21: 20). "Estes por quarenta e dois meses calcarão aos pés a cidade santa.", completou o autor do Apocalipse (Apocalipse, 11: 2). E a nova promessa de eternidade foi: "Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento e os poderes dos céus serão abalados. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu com poder e muita glória. E ele enviará seus anjos com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus." (Mateus, 24: 29 a 31). Isso foi inspirado nas palavras do livro de Daniel: "Eu estava olhando nas minhas visões noturnas, e eis que vinha com as nuvens do céu um como filho de homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e foi apresentado diante dele. E foi-lhe dado domínio, e glória, e um reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído" (Daniel, 7: 13, 14). O mesmo que foi predito para ocorrer após o restabelecimento por Judas do santuário profanado por Antíoco Epífanes e foi repetido com certeza já sob o domínio romano, foi utilizado pelos cristãos para persuadir o mundo de que aquele Jesus executado pelos romanos teria ressuscitado e retornaria um dia para acabar com todo o mal. O assolamento apresentado no capítulo 7 de Daniel deveria durar “um tempo, dois tempos e metade de um tempo”, a saber, três anos e meio. Como o fim da terra dos hebreus e sua dispersão pelo mundo durou séculos, criou-se uma interpretação de que cada dia da profecia corresponderia a um ano. Assim, foi possível passar ao mundo a idéia de que o que está na Bíblia ainda se cumprirá. Convertendo cada dia em um ano, o reino divino deveria ser estabelecido no século XIV (1260 anos a partir de 70 A.D. = 1330). Contudo, grupos religiosos criaram novas interpretações, e adaptações, conseguido manter a fé do povo por todos esses séculos. Todos os livros do Novo Testamento foram escritos décadas depois dos dias de Jesus, quando já era fácil convencer o povo de que ele tivesse operado grandes milagres, como ressurreição de mortos, cura de aleijados, loucos, etc. Muito foi escrito pelos cristãos, mas poucos livros foram selecionados para compor o livro sagrado. Assim estava escrito o mais famosos livro do mundo. É incrível como todas essas promessas e fracassos reunidos se converteram em um livro que a maior parte do mundo diz conter “A VERDADE”.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Concílios Ecumênicos

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Um concílio (também conhecido como sínodo) é uma assembléia de uma Igreja, geralmente uma Igreja cristã, convocada para decidir um ponto de doutrina ou administração. Um concílio ecumênico (ou ecumênico) é assim chamado porque é um concílio de toda a Igreja (ou, mais exatamente, do que aqueles que o convocam consideram ser toda a Igreja).

A
Igreja Ortodoxa apenas reconhece como ecumênicos os oito primeiros concílios, todos eles realizados no Oriente; os concílios subseqüentes a Latrão I são apenas considerados ecumênicos pela Igreja Católica.
Cronologia dos concílios ecumênicos
Concílio de Nicéia I
Duração: 20/maio a 25/julho/325 d.C.
Temas Principais: A heresia de Ário. Redação do símbolo ou credo que se recita na missa.

Concílio de Constantinopla I
Duração: maio a julho/381 d.C.
Temas Principais: A divindade do Espírito Santo.

Concílio de Éfeso
Duração: 22/junho a 17/julho/431 d.C.
Temas Principais: A heresia de Nestório. A maternidade divina de Maria.

Concílio de Calcedônia
Duração: 08/outubro a 01/novembro/451 d.C.
Temas Principais: Condenação do Monofisismo. A existência em Jesus Cristo de duas naturezas completas e perfeitas na unidade da pessoa, que é divina.

Concílio de Constantinopla II
Duração: 05/maio a 02/junho/533 d.C.
Temas Principais: Condenação de documentos nestorianos designados "Os três capítulos".

Concílio de Constantinopla III
Duração: 07/novembro/680 a 16/setembro/681 d.C.
Temas Principais: Condenação do monotelismo.(*)
(*) O monotelismo foi uma heresia surgida na Igreja Católica Ortodoxa quando a teologia cristológica ainda possuía muitos adeptos de correntes distintas. Opôs-se ao nestorianismo (que afirmava haver em Jesus Cristo duas pessoas, a divina e a humana, o que foi condenado pelo Concílio de Éfeso, em 431).
Eutiques, arquimandrita de um mosteiro de Constantinopla, defendeu que, havendo uma só pessoa em Jesus Cristo, também devia haver uma só natureza, admitindo que a humana fora absorvida pela divina. A discussão foi turbulenta e a questão só foi definitivamente resolvida no Concílio de Calcedónia, em 451, que definiu haver em Jesus Cristo duas naturezas, a divina e a humana, subsistindo na única pessoa divina do Verbo encarnado. Esta definição não convenceu diversas comunidades, que continuaram a aderir ao monotelismo, algumas até hoje.
Tempos depois, o patriarca Sérgio de Constantinopla, com a intenção de congraçar os monofisitas, proclamou que em Jesus Cristo, embora havendo duas naturezas, só havia uma vontade, pela identificação perfeita da vontade humana com a vontade divina, o que ficou conhecido na história das heresias por monotelismo. A questão ficou esclarecida no Terceiro Concílio de Constantinopla, em 681.

Concílio de Nicéia II
Duração: 24/setembro a 23/outubro/787 d.C.
Temas Principais: Legitimidade da veneração de imagens.

Concílio de Constantinopla IV
Duração: 05/outubro/869 a 28/fevereiro/870 d.C.
Temas Principais: Condenação e deposição de Fócio, patriarca de Constantinopla.

Concílio de Latrão I
Duração: 18/março a 06/abril/1123 d.C.
Temas Principais: A Questão das Investiduras. Independência da Igreja perante o poder temporal.

Concílio de Latrão II
Duração: abril/1139 d.C.
Temas Principais: Fim do cisma do Anti-papa Anacleto II.

Concílio de Latrão III
Duração: março/1179 d.C.
Temas Principais: Normas para a eleição do Papa.

Concílio de Verona
Duração: 1183 d.C.
Temas Principais: Criação da Inquisição.

Concílio de Latrão IV
Duração: 11 a 30/novembro/1215 d.C.
Temas Principais: Condenação do catarismo.(*) Definição de transubstanciação. Preceito pascal.
(*) A doutrina cátara diferenciava-se do Catolicismo e do próprio cristianismo[1] em alguns dos principais conceitos:

  • O livro mais sagrado era a Bíblia, em particular o Novo Testamento, mas segundo a sua crença, Jesus não era filho de Deus, mas apenas um profeta importante. Eles também recusavam a hóstia sagrada (apenas repartiam o pão em suas cerimónias) e não admitiam distinção entre sexos, permitindo inclusive que mulheres celebrassem ritos religiosos.
  • Desconsideravam a autoridade Papal ou dos bispos, dividindo os seguidores da religião em três níveis: Perfeitos, Crentes e Ouvintes.
  • Os Parfaits [perfeitos] ou "bons homens", eram de ambos os sexos, e praticavam o celibato e passavam os dias em oração e em jejuns, sendo excelentes oradores.
  • Os Crentes praticavam a virtude e a humildade, mas não eram obrigados a abstinências.
  • Os Ouvintes eram simpatizantes da religião, acompanhando as palestras dos Perfeitos.
  • Concílio de Lyon I
    Duração: 28/junho a 17/julho/1245 d.C.
    Temas Principais: Deposição do Frederico II.

    Concílio de Lyon II
    Duração: 07/maio a 17/julho/1274 d.C.
    Temas Principais: União com a igreja Grega. Regulamentação do conclave para a eleição papal. Cruzada para libertar Jerusalém.

    Concílio de Vienne
    Duração: 16/outubro/1311 a 06/maio/1312 d.C.
    Temas Principais: Supressão dos Templários.

    Concílio de Constança
    Duração: 05/outubro/1414 a 22/abril/1418 d.C.
    Temas Principais: Fim do Grande Cisma do Ocidente. Condenação de Wyclif e de Hus.

    Concílio de Basiléia-Ferrara-Florença
    Duração: 1431 a 1432 d.C.
    Temas Principais: União com as Igrejas orientais. Reconhecimento no romano pontífice de poderes sobre a Igreja Universal.

    Concílio de Latrão V
    Duração: 10/maio/1512 a 16/março/1517 d.C.
    Temas Principais: Condenação do Concílio Cismático de Pisa (1511-1512). Reforma da Igreja.

    Concílio de Trento
    Duração: 13/dezembro/1545 a 04/dezembro/1563 d.C.
    Temas Principais: Reforma geral da Igreja.

    Concílio de Vaticano I
    Duração: 08/dezembro/1869 a 18/julho/1870 d.C.
    Temas Principais: Primado do papa e infalibilidade pontifícia.

    Concílio de Vaticano II
    Duração: 11/outubro/1962 a 08/dezembro/1965 d.C.
    Temas Principais: Correção de problemas disciplinares e de índole pastoral. Chamada à renovação dos ritos litúrgicos. Promoção dos estudos bíblicos, decretos pastorais e progresso ecumênico para o diálogo e reconciliação com outras Igrejas Cristãs.

    quarta-feira, 25 de novembro de 2009

    Primeiro Concílio de Nicéia

    Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

    Data: 20 de maio de 325 a 19 de junho de 325
    Aceite por: Católicos, Ortodoxos e Protestantes
    Concílio anterior:
    Concílio seguinte: Primeiro Concílio de Constantinopla
    Convocado por: Imperador Constantino
    Presidido por: Bispo Alexandre de Alexandria
    Afluência: de 250 a 318 pessoas
    Tópicos de discussão: Arianismo, celebração da Páscoa, cisma de Milécio, batismo de heréticos e o estatuto dos prisioneiros na perseguição de Licínio.
    Documentos e deliberações: O Credo Niceno original.

    O primeiro concílio de Nicéia teve lugar durante o reinado do imperador romano Constantino I (o primeiro imperador romano a aderir ao cristianismo) em 325. Foi a primeira conferência de bispos ecumênica (do Grego oikumene, "mundial") da igreja católica. Lidou com questões levantadas pela opinião Ariana da natureza de Jesus Cristo - Se Deus, homem ou alguma mistura. Acabou por decidir contra a opinião dos arianos, em favor da trindade.
    Nicéia (hoje Iznik), é uma cidade da Anatólia (hoje parte da Turquia)
    Foram oferecidas aos bispos as comodidades do sistema de transporte imperial - livre transporte e alojamento de e para o local da conferência - para encorajar a maior audiência possível. Constantino abriu formalmente a sessão.
    Este concílio teve uma importância especial também porque as perseguições aos cristãos tinham recentemente terminado.
    O primeiro concílio de Nicéia ressalta como o ponto inicial para as grandes controvérsias doutrinais da igreja no quarto e quinto séculos. Aqui foi efetuada uma união entre o portentado eclesiástico dos conselhos e o estado, que concedeu às deliberações deste corpo o poder imperial. Sínodos anteriores tinham-se dado por satisfeitos com a proteção de doutrinas heréticas; mas o concílio de Nicéia é caracterizado pela etapa adicional de uma posição mais ofensiva, respeitante a artigos minuciosamente elaborados sobre a fé.
    Na controvérsia ariana colocava-se um obstáculo grande à realização da idéia de Constantino de um império universal que deveria ser alcançado com a ajuda da uniformidade da adoração divina. Conformemente, para o verão de 325 os bispos de todas as províncias foram chamados ao primeiro concílio ecumênico em Nicéia, na Bitínia, Frígia, no Helesponto: um lugar facilmente acessível à maioria dos bispos, especialmente aos da Ásia, Síria, Palestina, Egipto, Grécia, Trácia e Egrisi (Geórgia ocidental). O número dos membros não pode exatamente ser indicado; Atanásio contou 318, Eusébio somente 250.
    Como era costume, os bispos orientais estavam em maioria; na primeira linha de influência hierárquica estavam três arcebispos: Alexandre de Alexandria, Eustáquio de Antioquia, e Macário de Jerusalém, bem como Eusébio de Nicomédia e Eusébio de Cesareia. Entre os bispos encontravam-se Stratofilus, bispo de Pitiunt (Bichvinta, reino de Egrisi).
    O ocidente enviou não mais de cinco representantes na proporção relativa das províncias: Marcus de Calabria de Itália, Cecilian de Cartago de África, Hosius de Córdova (Espanha), Nicasius de Dijon da França, e Domnus de Stridon da província do Danúbio. Estes dignitários eclesiásticos naturalmente não viajaram sozinhos, mas cada qual com sua comitiva, de modo que Eusébio refere um grupo quase inumerável de padres acompanhantes, diáconos e acólitos.
    Entre os presentes encontrava-se Atanásio, um diácono novo e companheiro do bispo Alexandre de Alexandria, que se distinguiu como o "lutador mais vigoroso contra os arianos" e similarmente o patriarca Alexandre de Constantinopla, um presbítero, como o representante de seu bispo, mais velho.
    O papa em exercício na época, Silvestre I, recusou o convite do imperador e não compareceu pessoalmente nas sessões do concílio, provavelmente esperando que sua ausência representasse um protesto contra a convocação do sínodo pelo imperador.
    Os pontos a serem discutidos no sínodo eram:
    · A questão Ariana,
    · A celebração da Páscoa
    · O cisma de Milécio
    · O batismo de heréticos
    · O estatuto dos prisioneiros na perseguição de Licínio.
    É um fato reconhecido que o anti-judaísmo, ou o anti-semitismo cristão, ganhou um novo impulso com a tomada do controle do império romano, sendo o concílio de Nicéia um marco neste sentido. Os posteriores Concílios da Igreja manteriam esta linha. O Concílio de Antioquia (341 D.C.) proibiu aos Cristãos a celebração da Páscoa com os Judeus. O Concílio de Laodicéia proibiu os Cristãos de observar o Shabbat e de receber prendas de judeus ou mesmo de comer pão ázimo nos festejos judaicos.
    Uma boa fonte para o estudo deste período histórico é-nos apresentada hoje sob a forma da obra de Edward Gibbon, um historiador representativo do iluminismo inglês do século XVIII, ainda hoje lida e traduzida para várias línguas (Uma nova tradução para o alemão foi editada em 2003): [A história do declínio e queda do império romano]].

    O carácter, a sociedade, e os problemas

    A cristandade do séc II não concordava sobre a data de celebração da Páscoa da ressurreição. As igrejas da Ásia Menor, entre elas a importante igreja de Éfeso, celebravam-na, juntamente com os judeus, no 14º dia da primeira lua da primavera (o 14º Nisan, segundo o calendário judaico), sem levar em consideração o dia da semana. Já as igrejas de Roma e de Alexandria, juntamente com muitas outras igrejas tanto ocidentais quanto orientais, celebravam-na no domingo subseqüente ao 14º Nisan. Com vistas à fixação de uma data comum, em 154/155, o bispo Policarpo de Esmirna, entrou em contato com o papa Aniceto, mas nenhuma unificação foi conseguida e o assunto permaneceu em aberto.
    Foi no concílio de Nicéia que se decidiu então resolver a questão estabelecendo que a Páscoa dos cristãos seria sempre celebrada no domingo seguinte ao plenilúcio da primavera. Apesar de todo esse esforço, as diferenças de calendário entre Ocidente e Oriente fizeram com que esta vontade de festejar a Páscoa em toda a parte no mesmo dia continuasse sendo um belo sonho, e isso até os dias de hoje.
    Além desse problema menor, outra questão mais séria incomodava a cristandade católica: como conciliar a divindade de Jesus Cristo com o dogma de fé num único Deus?
    Na época a inteligência dos cristãos ainda estava à procura de uma fórmula satisfatória para a questão, embora já houvesse a consciência da imutabilidade de Deus e da existência divina do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Nesse quadro, um presbítero de nome Ário passa a defender em Alexandria a idéia de que Jesus é uma "criatura do Pai", não sendo, portanto, eterno. Em suas pregações, Ário por várias vezes insistia em afirmar em tom provocativo que "houve um tempo em que o Filho não existia". Dizia que Cristo teria sido apenas um instrumento de Deus mas sem natureza divina. A esse ensinamento de Ário aderiram outros bispos e presbíteros. Sobretudo, o bispo Eusébio de Cesaréia, conhecido escritor da igreja, que se colou do lado de Ário.
    Por outro lado, a doutrina de Ário, ou arianismo, foi prontamente repudiada pelo restante dos cristãos, que viam nela uma negação do dogma da Encarnação. O repúdio mais radical talvez Ário tenha encontrado no bispo Alexandre de Alexandria e no diácono Atanásio, que defendiam enfaticamente a divindade de Cristo. Um sínodo foi convocado e a doutrina do Ário foi excluído da igreja em 318. Mas o número de seus adeptos já era tão grande que a doutrina não pode ser mais silenciada. A situação se agravava cada vez mais e, desejoso de resolver de vez a questão, o imperador Constantino convoca um concílio ecumênico.

    Os procedimentos

    O concílio foi aberto formalmente a 20 de maio, na estrutura central do palácio imperial, ocupando-se com discussões preparatórias na questão ariana, em que Arius, com alguns seguidores, em especial Eusébio de Nicomédia, Teógnis de Nice, e Maris de Chalcedon, parecem ter sido os principais líderes; as sessões regulares, no entanto, começaram somente com a chegada do imperador. Após ter prescrito o curso das negociações ele confiou o controlo dos procedimentos a uma comissão designada por ele mesmo, consistindo provavelmente nos participantes mais proeminentes desse corpo. É indubitavelmente devido às orientações de Constantino nesta etapa que o concílio, após estar na sessão por um mês inteiro, promulgou a 19 de Junho o credo de Nicéia.
    O credo foi adotado neste conselho, mas o voto não foi unânime, e a influência do imperador era claramente evidente quando diversos bispos de Egito foram expulsos devido à sua oposição ao credo.
    No início os arianos e os ortodoxos mostraram-se incondescendentes entre si. Os arianos confiaram a representação de seus interesses a Eusébio de Cesaréia, cujo nível e a eloqüência fez uma boa impressão perante o imperador. A sua leitura da confissão dos arianos provocou uma tempestade de raiva entre os oponentes; duas minorias interessadas vividamente em opiniões contrárias opuseram-se, mas entre elas bocejaram-se indiferentes.
    No seu interesse, assim como para sua própria causa, Eusébio, depois de ter cessado de representar os arianos, apareceu como um mediador; ao afirmar que o objetivo principal a ser perseguido deveria ser o estabelecimento da paz da igreja, concordou ao mesmo tempo com seu protetor exaltado.
    Apresentou uma fórmula nova, o símbolo batismal, da sua própria congregação, em Cesaréia, pela qual se conseguiu a reconciliação das diferentes opiniões. O imperador, que perseguiu as intenções puramente políticas de uma pacificação bem sucedida, não poderia desejar uma proposição mais bem-vinda e confirmando-a imediatamente, adotou-a como sua.
    Desta maneira, não acedeu completamente à maioria, mas conciliou-se mais provavelmente com os seus desejos; pois, se os ortodoxos pudessem realmente fazer contar com uma maioria preponderante, mesmo a predileção do imperador não os teria impedido de conceber a sua confissão na forma proposta pelo bispo Alexandre na sua primeira carta circular.
    Mas longe de ousar tal plano, a maioria (sem resistência) protestou, afirmando que os seus direitos deveriam ser considerados por cláusulas corretivas. Apesar deste tipo de procedimentos ser mais característico de minorias do que de maiorias, neste caso a maioria procedeu assim e não deixou de obter a vitória.
    A votação final, quanto ao reconhecimento da divindade de Cristo, foi um total de 300 votos a favor contra 2 desfavoráveis. Porém é importante também saber que os bispos que votaram contra foram exilados e perseguidos.

    terça-feira, 24 de novembro de 2009

    Origem do Cristianismo


    O Cristianismo, a maior religião do mundo, teve suas raízes na incorporação da crença na ressurreição dos mortos pelos judeus durante o cativeiro babilônico e na profecia de Miquéias sobre um libertador de Israel do jugo assírio. Após a frustrada tentativa de Yeshua (Jesus), culminando na sua execução, seus seguidores levaram ao mundo a crença de que ele ressuscitou e ainda retornará para estabelecer um reino divino perfeito e eterno no nosso planeta. A própria Bíblia nos mostra que os hebreus nada sabiam sobre ressurreição dos mortos antes do cativeiro babilônico. Entretanto, no final do livro de Daniel está escrito que um anjo lhe havia prometido a ressurreição e recompensa (Ver A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS). Embora ninguém dos historiadores dos dias de Jesus nada tenha dito sobre ele, acho mais lógico que Jesus realmente tenha existido do que tenha sido totalmente inventado. Temos informação de que houve mais de um herói que quis libertar Israel do jugo romano. O próprio livro de Atos dos Apóstolos fala de outros dois, Judas e Teudas (Atos, 5: 36, 37). Como, nos dias do domínio assírio, o profeta Miquéias prometera que um ungido de Judá destronaria aquele império e libertaria Israel, o que muito parece se referir a Josias, rei de Judá que pretendeu unificar os dois povos (Israel e Judá), os hebreus continuaram esperando que um dia surgisse esse ungido que os libertasse e estabelecesse aquele reino imbatível, uma vez que Josias não o fez. Jesus deve ter sido um dos que pretenderam combater o império romano, mas não conseguiram juntar guerreiros para o combate e foram executados. Talvez até seu nome tenha sido outro, e os seus seguidores o tenham mudado para dar o significado que tem: aquele que salva. É provável que Jesus, após se ver sem saída e na iminência de ser morto pelos romanos, porém crendo na doutrina da ressurreição dos mortos, tenha dito aos seus companheiros que retornaria quando ressuscitado por Yavé para derrotar os romanos e estabelecer o tão sonhado reino eterno. Morto Jesus, seus seguidores, crendo que ele seria ressuscitado, devem ter passado a pregar às outras pessoas que Jesus teria sido ressuscitado pelo deus Yavé e breve retornaria para ressuscitar a todos que cressem nele para formar o reino eterno. Em epístolas de Paulo, vemos que ele esperava que Jesus retornasse antes mesmo de sua morte (I Coríntios, 15: 51, 52; I Tessalonicenses, 4: 17). Como levantarem-se pessoas contra os romanos e serem executados era coisa bem banal naqueles dias, os historiadores da época não devem nem ter dado atenção a mais essa execução, ou Jesus (Yeshua) tenha sido um nome inventado para algum dos executados. Todavia, a doutrina da ressurreição de Jesus e de seus seguidores deve ter ido crescendo e aumentando os adeptos; e, à medida que o fato ficava mais distante, os contos a respeito de Jesus iam ficando mais elaborados, e foram surgindo os milagres de curas, ressurreições, etc. É claro que, se houvesse alguém capaz de fazer um aleijado se tornar normal e um cego enxergar, isso não iria passar sem que ninguém percebesse como nos mostra a falta de registros anteriormente aos evangelhos. Muito menos poderiam ocorrer ressurreições sem haver um grande tumulto que chegasse ao conhecimento de muita gente. Se Filão de Alexandria viveu nos dias de Jesus e nunca escreveu uma linha falando sobre Jesus e seus feitos, isso só nos leva a concluir que esse feitos são lendas. Outrossim, como poderia ter ocorrido três horas de escuridão e ninguém além dos cristãos ter tomado conhecimento? Algumas décadas após a execução desse herói, algumas pessoas escreveram próximo de uma centena dos chamados evangelhos. Eles eram extremamente contraditórios, o que deu origem a várias correntes doutrinárias cristãs. Entre os poucos textos selecionados posteriormente pela igreja romana para comporem o novo testamento, sendo os mais harmônicos, ainda há muitas divergências. Exemplo pode ser visto na justificação pela fé ou pelas obras comentadas divergentemente por Paulo e Tiago. Os evangelhos de Mateus e Lucas falam da destruição de Jerusalém pelos romanos como sendo o início da grande tribulação predita pelo profeta Daniel (Ver OS TEMPOS DOS GENTIOS). e afirmam que, passado aquele período difícil, Jesus estaria retornando para buscar seus escolhidos e estabelecer o reino divino. O apocalipse já fala do império romano como a besta de sete cabeças e dez chifres, mas apresenta ainda um outro poder seguinte representado por uma besta semelhante a touro com chifres de cordeiro antes do estabelecimento do reino de Jesus. São Pedro já disse que um dia iria haver um grande estrondo, e o mundo seria destruído pelo fogo, assim como, segundo eles criam, já havia sido destruído por água. Para ver como os cristãos usaram o velho testamento para tornar Jesus o messias, leia O MESSIAS DE BELÉM NUNCA EXISTIU NEM PODERÁ EXISTIR. Como alguns séculos depois o imperador romano se converteu ao cristianismo, este foi unificado segundo a doutrina prevalente em Roma, e todos as correntes divergentes foram extintas, é o que os estudiosos constatam dos registros encontrados, apesar de a igreja ter tentado destruir todos os escritos e qualquer outra coisa que fosse contrária à linha cristã de Roma. Os cristãos clandestinos, aqueles que divergiam do cristianismo romano, devem ter firmado muito sua fé nas afirmações de que Roma era a prostituta montada na besta e o cristianismo romano deve ter passado a ser visto como a besta pelos dissidentes. E é isso mesmo que diz o Apocalipse: a mulher é a "cidade que reina sobre os reis da Terra", cidade edificada sobre "sete montes". Não há como negar. Talvez a besta semelhante a touro com chifres de cordeiro no apocalipse tenha derivado da visão de alguém que já procurava combater o cristianismo romano. E esse livro chegou a ser rejeitado pela igreja, vindo posteriormente a ser aceito para fazer parte da Bíblia. Quanto às profecias de Daniel, é bom ler o meu artigo O FIM: ANTÍOCO EPÍFANES, IMPÉRIO ROMANO, OUTRO PODER FUTURO. No final da Idade Média, surgiram os protestantes, que conseguiram enfraquecer o Catolicismo, porém fortaleceram a crença em Jesus e na ressurreição dos mortos. A essa altura, os prodígios de Jesus já eram cristalizados como fatos incontestáveis pelos fiéis. No século XIX, alguns protestantes fizeram uma interpretação das profecias de Daniel, calculando que 1843 seria a data do retorno de Jesus. Como isso não ocorreu, recalcularam e pensaram que houvesse cometido um pequeno erro, devendo o evento ocorrer em 1844. Como naturalmente nada se cumpriu, refizeram a interpretação, passando a crer que, em vez da volta de Jesus, seria a passagem de Jesus do lugar santo para o lugar santíssimo do santuário que criam existir no céu. Assim, anda deveriam passara mais alguns anos até que ele retornasse. Como, diferentemente do livro de Daniel, o Apocalipse apresentam um outro poder perseguidor após o poder romano, passaram a pregar que os Estados Unidos, mediante o protestantismo unido como o catolicismo, dariam cumprimento à figura da besta semelhante ao touro, que fariam uma grande perseguição antes do retorno de Jesus; mas tudo isso deveria ocorrer brevemente, porque quase todos os sinais do fim já haviam ocorrido (Veja, por exemplo, AS ESTRELAS NÃO CAÍRAM PELA TERRA). Na década de oitenta, conheci um livro intitulado "ELLEN G. WHITE E A IGREJA ADVENTISTA". Segundo esse livro, Ellen G. White havia dito, na última conferência de que participou, já bem próximo a sua morte, em 1915, que a maioria daqueles que estavam ouvindo-a não passariam pela morte, mas estariam vivos por ocasião da volta de Jesus. Acredito que, se ainda existirem alguns das crianças daquele dia, não devem ser muitos. Há poucos anos, procurei com os adventistas o livro "ELLEN G. WHITE E A IGREJA ADVENTISTA" e o chamado "Crede nos seus profetas", mas me disseram desconhecê-los. Atualmente há milhares de ramos cristãos e todos eles têm suas maneiras de explicar a doutrina e justificar por que Jesus ainda não veio, cada um como o dono da verdade e negando a verdade dos outros. Há até aqueles que dizem que a volta de Jesus é apenas figurada; mas seus argumentos não têm convencido muita gente. Eles são uns poucos milhares no mundo. Talvez a gritante distância entre as crenças cristãs do novo testamento e as explicações de todos os ramos cristãos atuais seja a razão de o Islamismo, religião não cristã, ser a religião que mais cresce no mundo atual. Acho que atualmente corremos mais risco de um dia o mundo ser torturado pelo poder muçulmano do que qualquer dominador que possa surgir. O radicalismo religioso me assusta mais do que qualquer socialismo ou ditadura militar leiga. Mas espero que o conhecimento prevaleça sobre as crendices. Como todas as mitologias, a origem do Cristianismo, como acima deduzido, só pode ter sido desenvolvida aos poucos a partir de um grupo de adeptos da crença na ressurreição dos mortos cujo líder tenha mesmo sido executado pelos romanos. Só isso pode explicar a falta de registro sobre esse homem, chamado filho de Deus, ou mesmo Deus, que se tornou tão importante no decorrer dos séculos.

    RESSURREIÇÃO DOS MORTOS

    A ressurreição dos mortos é uma doutrina cristã, herdada de judeus que, por sua vez, a incorporaram das crenças babilônicas, persas e romanas. Não é encontrada no livro da lei mosaica, não está entre os patriarcas nem entre os profetas, com exceção de Daniel, cujo livro, ao que tudo nele indica, foi criado muito tempo depois do cativeiro babilônico, talvez algumas partes tenha sido escritas já sob o domínio romano. Daniel é o único livro que tem uma linguagem bem parecida com a cristã. Embora o Velho Testamento apresente casos de pessoas ressuscitadas, a lei mosaica não apresentou nenhuma promessa de recompensa em outra vida após a morte. A lei apresentou um deus severo, com promessas e ameaças nesta vida: “porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam” (Deuteronômio, 5: 9). E não prometia nada mais além do que se pudesse conceder aqui na terra: “Honra a teu pai e a tua mãe, como o senhor teu Deus te ordenou, para que se prolonguem os teus dias, e para que te vá bem na terra que o Senhor teu Deus te dá” (Deuteronômio, 5: 15). Em relação ao pós-morte, encontramos algumas opiniões: Jó disse: “Oxalá me encobrisses na sepultura e me ocultasse até que a tua ira se fosse, e me pusesses um prazo e depois te lembrasse de mim! Morrendo o homem, porventura tornará a viver?” (Jó, l3: 13 e 14). Era assim que ele cria: “...o homem se deita, e não se levanta: enquanto existirem os céus não acordará, nem será despertado do seu sono” (Jó, 13: 12). Salomão não cria na existência de consciência após a morte: “Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco têm eles daí em diante recompensa; porque a sua memória ficou entregue ao esquecimento. Tanto o seu amor como o seu ódio e a sua inveja já pereceram; nem têm eles daí em diante parte para sempre em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.” (Eclesiastes, 9:5, 6). A NOVA JERUSALÉM prometida pelo profeta Isaías era muito diferente daquela apresentada nas visões de João no Apocalipse: “Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão: Mas alegrai-vos e regozijai-vos perpetuamente no que eu crio; porque crio para Jerusalém motivo de exultação e para o seu povo motivo de gozo. E exultarei em Jerusalém, e folgarei no meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor. Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não tenha cumprido os seus dias; porque o menino morrerá de cem anos; mas o pecador de cem anos será amaldiçoado. E eles edificarão casas, e as habitarão; e plantarão vinhas, e comerão o fruto delas. Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que outros comam; porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus escolhidos gozarão por longo tempo das obras das suas mãos: Não trabalharão debalde, nem terão filhos para calamidade; porque serão a descendência dos benditos do Senhor, e os seus descendentes estarão com eles. E acontecerá que, antes de clamarem eles, eu responderei; e estando eles ainda falando, eu os ouvirei. O lobo e o cordeiro juntos se apascentarão, o leão comerá palha como o boi; e pó será a comida da serpente. Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor.” (Isaías, 65: 17 a 25). Aí vemos que as promessas de Jeová, do Velho Testamento, não eram nada após a morte, mas prosperidade aqui na Terra. No profeta Isaías, já encontramos alguns textos falando de ressurreição: “Os falecidos não tornarão a viver; os mortos não ressuscitarão; por isso os visitaste e destruíste, e fizeste perecer toda a sua memória” (Isaias, 26: 14). “Os teus mortos viverão, os seus corpos ressuscitarão; despertai e exultai, vós que habitais no pó; porque o teu orvalho é orvalho de luz, e sobre a terra das sombras fá-lo-ás cair” (Isaias, 26: 19). Lendo todo o texto, percebe-se que não estava o profeta falando de uma ressurreição dos mortos em um dia de juízo final como se fala no Novo Testamento; tanto que, ao se referir a Israel, fala que “teus mortos ressuscitarão” e, ao se referir aos inimigos, diz “os mortos não ressuscitarão”. Se ele já cria que os hebreus fossem ressuscitar, achava que os outros povos não teriam ressurreição. Só posteriormente é que devem ter desenvolvido essa idéia de que os maus ressuscitam para serem punidos. Por outro lado, apesar da crença expressa na lei mosaica, nos livros que segue ao Pentateuco e na maioria dos profetas, a crença na ressurreição já aparece bem cristalizada em Daniel. As profecias de Daniel apresentam coisas muito coincidentes com o cristianismo, e a promessa de recompensa após a morte e ressurreição. No último capítulo está escrito que, em sua última visão, disse ter recebido a mensagem angélica: “...descansarás, e, ao fim dos dias, te levantarás para receber a tua herança” (Daniel, 12: 13). Há informações de que o primeiro contato dos hebreus com a crença na ressurreição dos mortos se deu sob os domínios babilônico e medo-persa. E o texto acima parece ter sido escrito nos dias da vitória de Judas Macabeu e restauração do santuário profanado por Antíoco Epífanes. “O reino unificado de Judeia e de Israel teve o seu último período de esplendor com Salomão (século X a.C), após a sua morte foi o mesmo dividido. No final do século VIII a.C Israel foi conquistada pela assíria, sendo muitos dos seus habitantes levados para a Assíria, tendo aí desaparecido, sendo hoje conhecidos como as dez tribos perdidas de Israel. O reino da judeia manteve a sua independência a troco de um pesado tributo. Cerca de 150 anos mais tarde, os babilónios tomam a sua capital - Jesusalém -, e arrasam-na (586 a.C), levando consigo grande número de prisioneiros. No seu cativeiro na Babilónia os judeus absorveram aí muitos conceitos novos que vieram a incorporar no judaísmo: Ressurreição dos Mortos, Inferno, Demónios, Apocalipse, etc. Como dissemos, a partir de meados do séc.VIII a..C o judaísmo entra num período de grande produção doutrinária, conhecido pela ‘tempo dos profetas’. Estes afirmam de forma clara a universalidade e unicidade de Deus.” (Carlos Fontes, Origem da Filosofia). Está escrito que o próprio Jesus, para convencer os saduceus de sua doutrina da ressurreição, não apresentou nenhuma afirmação antiga que falasse diretamente dela, mas disse: “E, quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que foi dito por Deus: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, ele não é Deus de mortos, mas de vivos” (Mateus, 22: 31,32). O evangelho de Mateus fala de Daniel, mas parece que seu autor não conhecida o capítulo 12: 13). Se conhecesse, teria apresentado isso como argumento de Jesus. O fato de os saduceus não crerem na ressurreição é uma evidência de que essa idéia era nova entre os hebreus. A grande diferença que os religiosos não vêem entre o Velho e o Novo Testamento é que, no Velho, Jeová prometia prosperidade aqui na Terra, e no Novo, Jesus prometeu recompensa após a morte e ressurreição. Compare-se a Nova Jerusalém de Isaías (Isaías, 65: 17-25) e a Nova Jerusalém de João (Apocalipse, 21 e 22). Entre outras diferenças, na primeira, haveria muita prosperidade, mas tudo dentro na normalidade terrena, com pecado e morte; na segunda, a imortalidade e a inexistência do pecado. Não percebem que a ressurreição foi introduzida nas cabeças dos hebreus em época bem posterior ao começo da formação da Bíblia.
    João de Freitas

    segunda-feira, 23 de novembro de 2009

    Origem do Catolicismo Romano

    Publicado em: 15/3/2002

    A Bíblia Sagrada é auto-explicativa; aliás, a regra fundamental da Hermenêutica (interpretação) é que ela seja seu próprio intérprete, entretanto, para compreendermos certas coisas ou fortalecer nossa fé em Jesus Cristo através dos seus ensinos, necessitamos recorrer a História Extra-Bíblica, por exemplo:

    Nos primeiros séculos da nossa era, havia uma única comunidade cristã. Ora, Jesus havia dito: "Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, estarei no meio deles...". "Eis que estarei convosco, todos os dias até a consumação dos séculos". Mt 18,20 ; 28,20

    Origem do papado e do Vaticano

    O cristianismo teve continuidade com bispos, pastores, presbíteros e evangelistas como Lino, viveu no ano 65; Cleto em 69; Clemente em 95; Justino em 100; Policarpo, ano 155; Ignácio, ano 110; Irineu, por volta do ano 180; Papias, ano 140; Cipriano, bispo de Cartago, ano 247; João Crisostomo, famoso cristão, ano 350 e outros. Entre eles não havia maior ou menor, embora Tertuliano, advogado cristão, tenha acusado o bispo Calixto de "querer ser o bispo dos bispos" (ano 208).
    O Catolicismo romano começou a tomar forma no ano 325 quando o imperador romano Constantino, "convertido" ao cristianismo, convocou o primeiro concílio das igrejas que foi dirigido por Hosia Cordova com 318 bispos presentes; esses bispos eram cristãos; ainda não havia Catolicismo romano. Constantino construiu a IGREJA DO SALVADOR num bairro nobre de Roma, chamado Vaticanus. Os bispos (papas) de então construíram vários palácios ao redor da "igreja" formando o Vaticano que hoje existe.
    A Igreja recebeu o nome de "Católica" somente no ano 381 no concílio de Constantinopla com o decreto "CUNCTUS POPULOS" dirigido pelo imperador romano Teodósio. Devido às alterações que fez deixou de ser apostólica e não sabemos como pode ser Romana e Universal ao mesmo tempo. (Hist. Ecles.; Rivaux; Tom. 1; pg. 47).
    Ate o século V não houve "papa" como conhecemos hoje. Esse tratamento terno começou a ser aplicado a TODOS os bispos a partir do ano 304. (Ciência e Religião; Cônego Salin; Tom. 2; pg. 56). Naqueles tempos ninguém supunha que "S. Pedro foi papa"; fora casado e teve ambições temporais. Depois dos apóstolos, os lideres do Cristianismo foram os bispos, os pastores e os evangelistas. A idéia de que uma relação de "papas" surgiu a partir de S. Pedro é falsa; foi forjada para hiper-valorizar os de então.
    Depois do ano 400 as Igrejas viram-se dominadas por cinco "patriarcas" que foram os bispos de Antioquia, de Alexandria, de Jerusalém, de Constantinopla e de Roma, "útero" que gerou o papado. As Igrejas que eram livres começaram a perder autonomia com o papa Inocêncio I, ano 401, que dizendo-se "governante das igrejas de Deus exigia que todas as controvérsias fossem levadas a ele!".
    O papa Leão I, ano 440, é mencionado pelos historiadores como o primeiro Papa. Procurou impor respeito prescrevendo que "RESISTIR SUA AUTORIDADE SERIA IR DIRETO PARA O INFERNO". Nessa situação confusa, houve porfia entre o bispo de Constantinopla e de Roma sobre a liderança do Cristianismo, quando interveio o Concílio de Calcedônia, ano 451, que concedeu "direitos iguais a ambos". O papado como o conhecemos, hoje, desenvolveu-se gradativamente sustentado, a princípio, pelo Império Romano; e intruso no Cristianismo e não se enquadra na bíblia, mas é identificado nas Sagradas Escrituras como "Ponte Pequena" (Daniel 7,8).
    O Estado territorial do Vaticano teve origem com o papa Estevão II, anos 741-752 que instigou Pepino, o Breve e seu Exército a conquistar territórios da Itália e doá-los à Igreja. Carlos Magno, pai de Pepino confirmou a doação no ano 774 elevando o Catolicismo à posição de poder mundial, surgindo o "SANTO império ROMANO sob a autoridade do Papa-Rei; esse império durou 1100 anos. Carlos Magno já velho e arrependido por doar territórios aos papas, agonizando sofria horríveis pesadelos e lastimava-se assim: "Como me justificar diante de Deus pelas guerras que irão devastar a Itália, pois os papas são ambiciosos, eis porque se me apresentam imagens horríveis e monstruosas que me apavoram; devo merecer de Deus um severo castigo". (Pillati, Ed. Thompessom, Tom. III, pg. 64. Londres 1876).
    O Papa Nicolau I, anos 858-867, foi o primeiro a usar a coroa! Serviu-se com muito efeito de documentos espúrios conhecidos como "PSEUDAS DECRETAIS DE ISIDORO", que surgiram no ano 857. Essas falsas "decretais" eram pretensões dos bispos dos séculos I e II que "exaltavam o poder dos papas!" foram invenções corruptas e premeditadas cuja falsidade foi descobertadepois da morte desse papa; havia mentido que "tais documentos estiveram por séculos sob guarda da Igreja". As "Pseudas decretais de Isidoro" selaram a pretensão do clero medieval com o sinete da "antiguidade" e o papado que era recente tornou-se coisa "antiga". Foi o MAIOR EMBUSTE DA HISTÓRIA; esses falsos documentos fortaleceram os papas e ANTECIPOU EM 5 séculos o poder temporal deles e serviu de base para as leis canônicas da igreja católica. Esse embuste ajudou o papa Gregório VII, 1073-1085 a decretar o "DIREITO EXCLUSIVO DE GOVERNAR A IGREJA". (Pochet bíblia Handbook pg. 685).
    Em 1304-1305, o rei Filipe IV da França enfrentou o papa. Devido às perseguições religiosas da igreja e por cobrarem altos tributos dos franceses, o Rei mandou um emissário a Roma prender o pontífice e humilhou o papado até o chão. Conduzidos para Avinhão, na França, foram tratadoscomo meros instrumentos da Corte francesa de 1305 a 1377. Nesse período o Catolicismo teve dois papas, ambos "infalíveis"; um em Avinhão, na França e outro em Roma, proferindo maldições um contra o outro!
    Com o papa Gregório IX, ano 1377, a sede da Igreja voltou a ser unificada no Vaticano e no século XV demoliram a IGREJA DO SALVADOR, construindo em seu lugar a Basílica de S. Pedro. Posteriormente, os papas envolveram-se em guerras que resultou na prisão do papa Pio VII, no ano 1798 por Napoleão Bonaparte.
    No ano 1870 o papa Pio IX governava Roma com 10 mil soldados franceses quando a França retirou suas tropas. Victor Emanuelli invadiu a cidade, arrebatando Roma das mãos dos papas. Humilhados, perderam Roma e tornaram-se súditos do governo italiano. Até 1929 o papado esteve confinado no Vaticano; nesse ano, Pio XI e Mussolini assinaram o Tratado de Latrão legalizando esse pequeno Estado político-religioso que e controlado pela "Cúria romana e governado por 18 velhos cardeais italianos que por sua vez controlam a carreira dos bispos emonsenhores". O papa fica fora dessa pirâmide. (Estado, 20.03.82).
    O Papado é uma instituição italiana que surgiu das ruínas do extinto império Romano; sobreviveu fazendo astutas alianças políticas como no caso dos francos e de Carlos Magno; sobreviveu pela fraude como no caso das "Falsas Decretais de Isidoro"; sobreviveu servindo-se dos exércitos dos reis subservientes e também derramando sangue na Inquisição. Muitos papas foram bons homens. A igreja dos primeiros séculos abrigou muitos santos que no entanto, viveram fora da influência do Vaticano; entendiam que os tais "vigários de Cristo" eram bem menos santos que aparentavam...
    Atualmente a "igreja" esta envolvida na "opção pelos pobres" procurando distribuir a riqueza dos outros sem tocar nas suas... Com essa opção procuram atrair as massas que perderam. O mesmo desespero sofre na Itália "onde apenas 25% dos católicos são praticantes, comparando-se com 41% em 1968". (Estado, 07.04.88). Se os papas não conseguem manter a fé católica na Itália, sede da igreja e berço do papado, como esperam realizar isso viajando por outros países? Distanciam-se de Cristo, eriçando as classes sociais umas contra as outras e deixam ver que substituíram a mensagem eterna pelas temporais.

    Rendas da Igreja e do Vaticano

    Sem sustento nenhum, por estarem desacreditados, os papas e a igreja sancionaram o blefe, canalizando para seus cofres quantias fabulosas, negociando cargos eclesiásticos e posições que valiam fortunas. Cobravam para "canonizar um santo" naqueles tempos, 23 mil ducados; hoje, milhões! Vendiam relíquias e "pedacinhos da Cruz de Cristo" ; negociam o perdão de pecados mediante indulgências e amedrontavam os "fiéis" com o fogo do Purgatório que criaram prometendo com "missas" pagas, aliviar essa situação! Desconhecendo a bíblia e o amor de Deus, milhões acabavam aceitando esses expedientes matreiros do Catolicismo Romano.
    O dominicano João Tetzel tornou-se famosos vendendo documentos de indulgências da "Igreja"; negociava uma que "dava o direito antecipado de pecar"! Vendia uma outra por alto preço que garantia: "AINDA QUE TENHAS VIOLADO MARIA, MÃE DE DEUS, DESCERÁS PARA CASA PERDOADO E CERTO DO PARAÍSO"!
    O Papa leão X, ano 1518, continuou com o blefe; necessitando restaurar a igreja de S. Pedro que se rachava, utilizou cofres com dizeres absurdos tais como: AO SOM DE CADA MOEDA QUE CAI NESTE COFRE, UMA ALMA DESPREGA DO purgatório E VOA PARA O paraíso". (Hist. Literatura Inglesa por Tayne; vol II; pg. 35)
    O purgatório é o nervo exposto da Igreja; não quer que toque! O escritor Cesare Cantu registrou que o purgatório e a "galinha dos ovos de ouro da igreja" e o ex-padre Dr. Humberto Rodhen disse que com este e outros expedientes a igreja católica recolhe por dia em todo o mundo 500 milhões de dólares. Esse lugar de tormento tornou-se comércio espiritual a partir do ano 1476 com o papa Sixto IV; o Catolicismo é a única instituição que "negocia com as almas dos homens" (Ap 18.13). Com esse dogma peca duas vezes e cria problemas de consciência para os padres: primeiro por oficializar uma inverdade; segundo por receber dinheiro em nome dela. Nunca informam quando as almas deixam esse lugar de tormento; celebram missas indefinidamente por uma pessoa falecida sempre que um simplório pagar.
    O confessionário cujo interrogatório "devassa os lares" serve para vários fins; em Portugal e na Espanha usavam-no para descobrirem e informarem às autoridades o pensamento político dos generais, confessando suas esposas! Nessas "confissões" conseguem legados e doações de beatos e viúvas chorosas que buscando "absolvição" podem ser aliciados entregando terras epropriedades. "A igreja, no Brasil, tem um vultoso patrimônio imobiliário". (Estado 25.02.80). S. Bernardo, doutor da igreja e canonizado, dizia: O clero se diz pastores, mas o que são é roubadores; não satisfeitos com a lã das ovelhas, bebem seu sangue! (Roma, a igreja e o Anti-Cristo, pg. 178).

    Influência do Estado do Vaticano

    A influência do Estado do Vaticano e dos papas vem diminuindo dentro e fora. O Geral dos Minoristas, João Del Parma, canonizado, registrou que "A cúria Romana está entregue a charlatanearia, ao embuste e ao engano sem dar atenção às almas que se perdem!" (Salimbene, Vita del Parma, pg. 169).
    Vazios espiritualmente, o clero recorre ao artificialismo para conservar o povo ao seu redor. Tudo no Catolicismo é muito colorido. Se o papa celebrasse as cerimônias civicamente trajado como os pastores das igrejas cristãs, reduziriam em 70% os curiosos; por essa razão a indumentária deles é de espantar! Conforme o cerimonial, o papa apresenta-se com a Casula, aMitra, o Báculo, a Estola, a Meseta, a Batina, o Manto, o Palio, a Roqueta, a Faixa, o Solideo, a Coroa, a Tiara, o Escapulário, as Luvas de seda e os Sapatos de Pelica vermelha, tudo muito colorido e atraente! O Papa João Paulo II acrescentou mais uma peça na sua indumentária: "colete à prova de balas". Comprou dois deles na empresa americana Armoured Body (Jornal de Milão II Giorno).
    "A maioria católica" mencionada pelo clero para humilhar as Igrejas Cristãs, encontra-se, na verdade, nos países subdesenvolvidos e mal alfabetizados. Essas nações devem cobrar do Catolicismo Romano que abraçaram a má situação em que se encontram. Por séculos a igreja não alfabetizou já de má fé, objetivando explorar massas humanas com crendices; impediram povos de examinarem a bíblia, fonte de progresso e liberdade. Quando o clero menciona "religiões minoritárias" esquece milhões de cristãos exterminados pelos papas, retardando sua multiplicação.

    Vaticano em seus concílios altera a doutrina cristã

    Dogmas criados pela igreja católica são tão indiscutíveis entre eles que até impedem padres a raciocinar e decidir entre o certo e o errado. Muitos baseados em lendas e suposições; outros, impregnados de crendices que rebaixam o nível do Cristianismo; quase todos com fins lucrativos, outros conferem ao clero certa autoridade e influência até que a sociedade fique esclarecida.
    Algumas alterações estranhas às Sagradas Escrituras:
    Ano 304 d.C.: Os Bispos começaram a ser chamados de Papas.
    Ano 310 d.C.: Introduzidas orações pelos mortos.
    Ano 320 d.C.: Começaram a acender velas.
    Ano 325 d.C.: Constantino celebra o primeiro concílio das igrejas.
    Ano 375 d.C.: Adoração de "santos" (ídolos).
    Ano 381 d.C.: A Igreja cristã recebe o nome de católica.
    Ano 394 d.C.: Culto cristão é substituído pela missa.
    Ano 416 d.C.: Começaram a batizar crianças recém-nascida.
    Ano 431-432 d.C.: Instituído culto à virgem Maria, mãe de Jesus.
    Ano 503 d.C.: Começa a existir o purgatório.
    Em 593 d.C.: Foi introduzida sua doutrina.
    Ano 606 d.C.: Supremacia papal.
    Ano 709 d.C.: Costume de beijar o pé do papa.
    Ano 787-788 d.C.: Adoração/culto às imagens de escultura.
    Ano 830-840 d.C.: A Igreja começa a utilizar ramos e a tal "água benta".
    Ano 933-993 d.C.: Instituída a canonização de "santos".
    Ano 1074 d.C.: Instituição do Celibato.
    Ano 1090 d.C.: Introduzido o terço.
    Ano 1140 d.C.: Sete sacramentos.
    Ano 1184 d.C.: Inquisição. Efetivada posteriormente.
    Ano 1190 d.C.: Instituída a venda de indulgências.
    Ano 1200 d.C.: A Ceia do Senhor e substituída pela hóstia.
    Ano 1215 d.C.: Instituída a Transubstanciação.
    Ano 1216 d.C.: Instituída a Confissão.
    Ano 1316 d.C.: Introduzida a Ave Maria.
    Ano 1415 d.C.: O cálice que era da Santa Ceia ficou só para o clero.
    Ano 1439 d.C.: Decretado o purgatório.
    Ano 1546 d.C.: Introduzidos livros apócrifos na bíblia
    (Tobias, Judith, Sabedoria, Macabeus I/II, Eclesiástico e Baruque).
    Ano 1854 d.C.: Anunciada conceição imaculada da virgem Maria.
    Ano 1950 d.C.: Ascensão da virgem Maria.

    A palavra "protestante" apareceu quando Clemente VII, em 1529, tentou impedir que o Evangelho fosse pregado em alguns Estados da Alemanha. Os cristãos não católicos fizeram um protesto contra essa pretensão do papa e receberam o nome de protestantes, aplicado, hoje a todos os evangélicos.

    A Igreja depois do século IV

    No ano 933, quando instituída a "canonização", essa distinção da igreja tem concedido inclusive por ato de bravura, como matar protestantes e maçons. Anchieta, por exemplo, em 9 de fevereiro de 1558, na Baia de Guanabara, ajudou os índios a enforcarem o holandês protestante Jacques Le Balleur e afogarem seus companheiros no mar.
    A transubstanciação (hipotética transformação do pão e vinho no corpo e sangue de Cristo) foi proclamada pelo papa Inocêncio III, ano 1215. Os cristãos resistiram, mas foram derrotados em 1551 por um decreto papal.

    Confronto Bíblia - Catolicismo Romano

    Nos primeiros séculos a Igreja lutou contra os concílios dos papas, mantendo as doutrinas Cristãs originais. São Cipriano, bispo de Cartago (249-258), alertava: "não recebe opinião diferente das sagradas Escrituras, seja de quem for!". São Jerônimo (340-420) dizia o mesmo: "Se estiver escrito recebemo-lo, se não estiver escrito não receberemos, o que eles apresentam como tradição a Palavra de Deus o vergasta!" (Veja Adv. Creseon, pg. 40 e In. Agg. Proph. Cap. 1, n.2) .

    1-ADORAÇÃO:
    Bíblia: "só a Deus adoraras e só a Ele serviras" ... "em espírito e em verdade"...
    Catolicismo Romano:as imagens têm prioridade por serem os "esteios" da igreja. No rosário há 166 contas, sendo 150 para as "Ave Maria" e apenas 16 para os "Padre Nosso".

    2-MEDIAÇÃO:
    Bíblia: "só ha um Deus e um mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo" e Pedro confirmou: "debaixo do céu não há outro nome pelo qual devamos ser salvos"... (I Tm 2.5 e At 4.12).
    Catolicismo Romano: Maria, mãe de Jesus e tido como "Medianeira" e até bispos e padres se fazem de mediadores e perdoadores de pecados, como se fosse possível substituir Cristo. Agem como impostores.

    3-ETERNIDADE E SALVAÇÃO
    Bíblia: "Quem crer e for batizado salvo". "Crê no Senhor Jesus Cristo e será salvo tu e tua casa"...outros... (Mc 16, 15-16 e Atos 16, 31)
    Catolicismo Romano: Apesar daquelas palavras de Jesus, Dom Helder Câmara, entrevistado pela revista Veja n. 867, disse que "não tinha certeza de sua própria salvação". Se um bispo está nessa situação espiritual, que dizer de um católico comum? Bispos e Padres, quando faleceu Tancredo Neves, proclamaram que "Os anjos levaram a alma de Tancredo Neves para os braços de Deus". Uma semana depois a igreja deu marcha-ré ordenando missas a favor da alma de Tancredo nas "chamas do purgatório"!

    4-PURGATÓRIO E LIMBO:

    São lugares intermediários para onde vão as almas.
    Esses lugares não existem, mas rendem lucros para a igreja católica; ela não abre mão! Nesse aspecto a igreja foi "hábil" dizendo que no purgatório "os mortos se comunicam com os vivos através das missas". O Limbo, dizem, abriga as almas das crianças que morrem sem batismo, todavia podem receber almas especiais que não vão aquele tormento! Nos Evangelhos não constam nada dessas crendices.

    Os que se aprofundam no estudo das Escrituras descobrem que o catolicismo Romano é descrito na bíblia, de maneira figurada como "Uma mulher embriagada com o sangue dos santos e das testemunhas de Jesus", devido às perseguições e a Inquisição cometidas contra os cristãos não católicos. Ap 18.

    A ESTRAPADA

    A Estrapada foi um instrumento de suplicio que a igreja católica usou nos tempos da Inquisição (500 anos) e tirou a vida de milhares de pessoas inocentes. Cardeais e bispos presenciavam o espetáculo; a ocasião era importante, iam queimar 6 cristãos Luteranos; os mais corajosos tiveram suas línguas cortadas para não sensibilizarem os carrascos com suas orações ou citações bíblicas.
    João Huss, Reitor da Universidade de Praga, Bohemia, pregou contra o culto às imagens e mostrou que na bíblia não havia purgatório; por isso foi queimado vivo em praça pública. Por denunciar suas imoralidades (pai de muitos filhos ilegítimos), o papa Alexandre VI (1492-1503), considerado o mais devasso de todos (amante da própria filha, Lucrecia Borgia) mandou enforcar o grande orador cristão, Jerônimo Savonarola.
    John Wicliff, queimado e muitos outros. A Reforma veio em 1517 ao "tocar" da trombeta do Monge Martinho Luthero. vários países se ergueram como gigantes! Luthero relacionou a bíblia com Catolicismo e ficou perplexo; disse ao Papa: "Raciocinemos sobre isto!" e o Papa respondeu: "Submete-te ou morrerás queimado!"

    BIBLIOGRAFIA

    1) O ESTADO DO VATICANO (Documentário) 11º edição ilustrada- Pr. Lauro de Barros Campos
    2) ABECARENSE Nº 38, julho/98, Moji das Cruzes, S.P. Ano XI